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dezembro 20, 2015

[Resenha] A Seleção - Kiera Cass



Amanhece em Iléa. Durante o café, um universo de poses, aromas e impressões. Formalidades. E intrigas. O meu sonho é mais importante que o seu, querida, pensam as meninas. Como se alheios aos dramas de mais este dia, America e Maxon compartilham discretos sorrisos. E alguma cumplicidade. Você precisa de uma amiga. E eu posso ser essa amiga. E neste início de série você realmente torce pra que a amizade se transforme em amor. Mesmo já sabendo que toda história de princesa termina com um felizes para sempre. Mas o que diferencia A Seleção de inúmeras fábulas de realeza é a percepção de America, uma jovem cujo sonho era ter uma vida simples ao lado de seu primeiro amor, Aspen, mas que por uma imposição do Governo foi obrigada a interromper sua juventude para se candidatar ao ambicioso 'cargo' de Princesa de Iléa, junto com milhares de outras jovens de seu continente. E o que torna interessante esta narrativa é que America não se distancia de sua origem, mesmo quando neste jogo de regras desconhecidas, onde cada movimento pode trazer o bem ou o mal para si mesma, seu povo e sua família. Neste jogo, America entende que precisa escolher certo, ainda que a melhor reposta nem sempre seja a que o seu coração gostaria.

A Elite, segundo livro da série, traz para o cotidiano de America alguns novos personagens (e com eles alguns nocivos desafios) que por pouco não destruirão sua permanência no Jogo Real. E America sabe que poderá ser punida por sua impulsividade, especialmente quando o passado e o presente colidem. Como então descobrir qual história deverá ser escrita? O livro três da série, A Escolha, é que determinará quem permanecerá no jogo e no coração de America. E Kiera Cass soube conduzir esta narrativa com uma dose certa de fabulação e sonho, equilibradas com bons impasses de ética, crítica social e justiça, de modo a chegar em um desfecho de série curiosamente tumultuado, talvez para não esquecermos que até mesmo os "finais feliz de princesa" levam algum tempo para serem construídos. Moral da história? Ao término dos três livros America aprende que a mão do destino pode sim ser uma grande aliada, mas se não houvesse uma iniciativa de coragem, esforço e crença em seu melhor sentimento, suas decisões poderiam ter apagado a força daquele primeiro sorriso que, embora silencioso, era já bem mais iluminado que o amanhecer por entre as xícaras de chá e as frestas da cortina. 


Kiera Cass, A Seleção, Ed. Seguinte, 2012. 
A Elite, Ed. Seguinte, 2013. 
A Escolha, Ed. Seguinte, 2014. 

Um comentário:

  1. Preciso admitir, tenho muita resistência a ler essa história, talvez porque todo mundo esteja lendo... Talvez um dia, quando a febre Maxon passar. De qualquer forma, adorei a resenha, foi na medida certa pra deixar um gostinho de quero mais.
    Beijo,beijo <3

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