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janeiro 03, 2017

Poesia no Papel #1 | Cecília Meireles

Olá, pessoal! É com muita alegria que começamos mais um ano aqui no Blog e também no Instagram!! E nada melhor do que começar trazendo novidades, não é mesmo? Uma delas é que vamos dedicar um espaço maior aqui na página para a Poesia, tanto autoral como de nossos autores favoritos! 

Em cada postagem desta nova série, chamada Poesia no Papel, você encontrará uma imagem acompanhada de um trechinho especial (vamos postar a imagem lá no Instagram também). Já o poema completo você encontrará sempre aqui no blog.

E como amamos literatura nacional, não poderíamos começar esta série sem falar de nossa querida Cecília Meireles! <3 Ah! Utilize a hashtag #poesianopapel e compartilhe esse amor por aí também!




Discurso


E aqui estou, cantando.

Um poeta é sempre irmão do vento e da água:
deixa seu ritmo por onde passa.

Venho de longe e vou para longe:
mas procurei pelo chão os sinais do meu caminho
e não vi nada, porque as ervas cresceram e as serpentes
andaram.

Também procurei no céu a indicação de uma trajetória,
mas houve sempre muitas nuvens.
E suicidaram-se os operários de Babel.

Pois aqui estou, cantando.

Se eu nem sei onde estou,
como posso esperar que algum ouvido me escute?

Ah! Se eu nem sei quem sou,
como posso esperar que venha alguém gostar de mim?


(Cecília Meireles, in Viagem, 1939)



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