
Cadarço
Raigor Ferreira
Se eu te amarro, tu não gosta
Se eu me amarro, logo zanga
Se desamarro, ganho um tapa
De brinde, nem o nó da gravata
Um nó na minha cabeça,
outro no meu coração.
O terceiro, ainda á procura
daquilo que contemple
o seu sim, não, sim, não
Por quantas vezes, você desfez o nó
Aquele em que eu havia lhe amarrado
para te ter próxima a mim
nesse fio de lã revolto e desbotado
A indecisão é para os fracos
A certeza para amadores
O talvez é dos espertos
Para os apaixonados, apenas o para sempre
Se para sempre amarrado, feliz eternamente eu sou
Se para sempre desamarrado, tropeçarei até o caminho de volta
Se um nó eterno não for o bastante,
Prometo que ainda lhe trago
Um amontoado de lã
Escreveremos nosso enredo em um cadarço
Eu serei o bandido e você, a mocinha
Ou eu o mocinho e você, a vilã.
Raigor Ferreira é um jovem autor de Goiânia e parceiro do Blog. Seu conto "O Príncipe Congelado" pode ser encontrado no site da Amazon. Para conhecer mais do autor, leia a conversa entre Jonatas e Raigor, publicada no mês de abril.
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