Sempre que uma história é adaptada para o cinema, além da treta do debate Livro versus Filme: qual o melhor?, a gente também se estressa se interessa pela forma como estas histórias serão novamente publicadas: se em edições de colecionador, boxes, ou em tiragens contendo o poster oficial do filme no lugar da capa original, por exemplo. De algum modo, esta nova e nem sempre temporária identidade dos livros é um debate que atrai não apenas designers, mas todo leitor com alma de colecionador que não sossega enquanto não ocupar a estante com todas as tiragens possíveis de seu livro preferido.
Pensando nesta relação livro-filme, impossível não lembrar de Jojo
Moyes e John Green, não é mesmo? Afinal, como lidar com as 9328374 versões de Quem é você, Alasca?, assim como as (bruscas) variações capas da Jojo publicadas recentemente pela Intrínseca?
Tudo bem, colecionar não deve ser um fardo, e sim um hábito divertido, e de longe uma questão 'filosófica', concordo. Mas confesso que uma nova edição te induz a pensar que "tem algo mais ali", e não é o que acontece: pouca ou mesma tradução, nenhum encarte ou extras, a tal novidade se resume a uma capa melhorada (ou, como também acontece, mais feia) mesmo.
Bom, tudo isso pra dizer que esta "pesquisa sobre as capas" começou com a imagem que ilustra o início deste post, Emma, em versão bordado, produzida pela artista Jillian Tamaki que, em 2011, foi comissionada pela Penguin para realizar um trabalho de capa em alguns de seus títulos, incluindo Jane Austen, cujas obras, inclusive, por há muito serem consideradas clássicas, certamente passam por constantes revisões e traduções, e claro, novas capas, tiragens e edições...
E daí o infinito ciclo de "inquietações de colecionador" de nossa conversa apenas recomeça. Risos.
Mas voltando ao tema da "reinvenção" editorial, vez por outra encontro o trabalho de diversos criativos que, comissionados ou não, recriam capas de livros, discos, filmes e demais produtos culturais. Por ora, falarei apenas dos livros, apresentando algumas recriações de capas que eu gostaria muito de ver nas livrarias, e claro, em minhas prateleiras:
Moby Dick, do ilustrador Ryan Hartley Smith | O Velho e o Mar, da ilustradora Kirsten Sims
As Viagens de Gulliver, da ilustradora Naomi Siloman | Anna Karenina, da ilustradora Karolin
Dracula, do ilustrador Steve St. Pierre | Cem anos de solidão, da ilustradora Margarita Stchetinskaya
Aliás, esta belíssima capa para Cem Anos de Solidão é parte de um projeto de exposição que conta com o trabalho de outros 99 ilustradores e artistas, todos recriando capas para obras clássicas da literatura. Vale conferir!
E você, tem alguma sugestão de link pra compartilhar com a gente? Conhece algum artista brasileiro que seja também fissurado por ilustração e livros? :)
Adorei esse post, mas discordo de você sobre a capa do cem anos de solidão, essa da Stchentiskaya acho sofrível. Entretanto, eu não saberia dizer qual estilo de capa "gosto" mais , acho que cada livro casa com um estilo de arte, sou apaixonado por exemplo pela capa de Irmãos Karamazov da Martin Claret, lógico que tenho o livro aqui bonitão no meu quarto =)
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