Meu nome é Michelle, mas meus amigos me chamam de Mich (fiquem a vontade). É justo vocês saberem que apesar da vida ter me encaminhado para os livros clássicos (sobretudo os grandes clássicos da literatura francesa) devido a minha formação acadêmica, eu não acho que a paixão pela leitura deva ser limitada. Acho digníssimo ler de tudo um pouco, incluindo young adult, fantasia, romance água com açúcar, quadrinhos (geração Turma da Monica forever).
A pedidos da Rebeca, começarei por Young Adult (desses que nos fazem suspirar) em homenagem a “semana do amor”. Não é novidade para ninguém que a autora Stephanie Perkins tem uma escrita divertida e envolvente. A grande maioria já deve conhecer Anna e o beijo francês e Lola e o garoto da casa ao lado, publicados pela Novo Conceito, mas somente no ano passado a Editora Intrínseca publicou o último volume da trilogia, intitulado: Isla e o final feliz. SIM, é uma trilogia, não foi erro de digitação haha.
O que muitas pessoas não sabiam é que os três livros fazem parte de uma trilogia com protagonistas diferentes, cujas histórias se passam em cidades diferentes, e, no entanto, o desenrolar das histórias só fica redondinho ao ler os três livros (tão lindo ver os protagonistas de uma história se desenvolvendo nas páginas de outros livros... Balzac também adorava isso).
Agora, chega de enrolação e vamos começar do início!
(Mona Lisa e Vênus, a "mulher sem braços")
Ana Oliphant levava uma vida bem pacata em Atlanta: bons amigos, um irmãozinho adorável, um emprego adorável (num antigo cinema) e até um “quase-namorado” adorável. Nada a reclamar (mas nada de interessante, diga-se de passagem). Até que seu pai, um escritor famoso, resolve mandá-la para uma escola na França para cursar o ultimo ano do ensino médio. É aí que a garota entra em pânico por sair da sua zona de conforto e o leitor vibra na expectativa de ver aquela vidinha mais ou menos se transformar numa grande aventura regada a champagne (por que não?).
“Pânico! Eles me deixaram! Meus pais realmente me deixaram sozinha! Na França!”
Mas gostando da ideia ou não, ela teve de ir. Depois de se despedir da família, ela se vê sozinha no alojamento estudantil da School of America in Paris, num quarto nada familiar e sem nenhum conhecido por perto. Resultado: ela desmorona em lágrimas. Porém o choque cultural vem em doses homeopáticas, afinal Anna foi enviada para um colégio americano onde todos falam seu idioma e o contato com o francês e a cultura francesa é praticamente só da porta para fora.
Meredith, a garota do quarto ao lado, escuta o choro de Anna e decide bater à porta na tentativa de ser solidária com a nova vizinha. Ela é uma menina carismática e faz de tudo para que Anna se sinta em casa. A menina se torna, rapidamente, um apoio para Anna e é ela quem lhe apresenta novos amigos: Rashimi, Josh e Étienne St. Clair. Aliás, Étienne é um tipo que se destaca: “bonitão, inteligente e extremamente simpático”. Americano criado na Inglaterra por um pai francês; uma mistura e tanto!
Rapidamente todos eles se tornam bons amigos... Principalmente Anna e Étienne que sentem tamanha confiança um no outro a ponto de partilharem seus segredos. Juntos, os cinco vão formando laços e se aventurando pela Cidade Luz (e é a partir daí que o leitor vai se aventurando junto com a personagem. Eu senti até borboletas no estomago em todas as cenas que a autora descreve fielmente a cidade. Me senti de volta em Paris!) e Anna começa a admitir que a ideia de seu pai não foi tão ruim assim.
“- É a minha igreja.
- Você vem aqui?
- Não – ele aponta para o cartaz de pedra para que eu o leia – Santa Étienne Du Mont... minha mãe costumava me trazer aqui quando eu era pequeno. Vínhamos com uma cesta de piquenique e comíamos aqui mesmo nessa escadaria.”
(Igreja de Santa Étienne du Mont)
Obviamente, não demora muito para Anna perceber que seus sentimentos por Étienne vão além da amizade. Mas há um pequeno detalhe: ele tem namorada! A “incrível Ellie” que é um pouco mais velha que eles e já está na faculdade, por isso, não tem muito contato com os amigos de Étienne. Anna tenta se afastar do rapaz, mas acaba descobrindo que gosta dele de verdade e vai tentar dar-se por satisfeita em ter só a amizade, desde que ele continue por perto.
Ela resolve, meio que do nada, voltar pensar em seu “quase-namorado” de Atlanta que ela terá a oportunidade de ver durante um feriado. Entretanto, quando ela volta para os EUA numa breve visita, descobre que as coisas mudaram drasticamente e que seus antigos amigos já não são mais quem ela pensava e, para sua grande surpresa, quem lhe dá todo apoio nesse momento frustrante é Étienne... Aí, meus amigos, as coisas começam a ficar incontroláveis.
“- Mademoiselle Oliphant. – diz Étienne – O Point Zero é traduzido como: Ponto Zero das estradas da França. Em outras palavras, este é o ponto no qual todas as distâncias da França são medidas. Aqui é o início de tudo... Bem-vinda a Paris, Anna! Estou feliz por você ter vindo.
- Obrigada por ter me trazido aqui.
- Ah bem, tem de se começar por algum lugar. Agora faça um pedido... A superstição diz que se você fizer um pedido nessa estrela ele se realizará.”
(Point Zero... Claro que eu também fiz meu pedido)
Conclusão: amei o livro! Paris é o cenário perfeito e a narrativa nos leva mesmo até a França. As cenas são muito bem descritas. É possível ir a Paris simplesmente lendo este livro que nos apresenta a Cidade Luz com riqueza de detalhes. Étienne St. Clair é simplesmente encantador, eu torci desesperadamente por eles, suspirei com a Anna, chorei com a Meredith. Ou seja, mergulhei de cabeça! Super recomendado para pessoas que gostam de romance, que estejam apaixonadas por outro alguém ou por si mesmas (amor próprio conta muito, minha gente!) e que procuram por uma leitura mais leve.
Obrigada por terem lido até aqui e até a próxima.
Sinopse: Isto é tudo o que sei sobre a França: Madeline, Amélie, Moulin Rouge. A Torre Eiffel e o Arco do Triunfo também, embora eu não saiba qual a verdadeira função de nenhum dos dois. Napoleão, Maria Antonieta e vários reis chamados Louis. Também não estou certa do que eles fizeram, mas acho que tem alguma coisa a ver com a Revolução Francesa, que tem algo a ver com a Queda da Bastilha. O museu de arte chama-se Louvre, tem o formato de uma pirâmide e a Mona Lisa vive lá junto com a estátua de uma mulher sem braços. E tem cafés e bistrôs – ou qualquer nome que eles dão a estes – em cada esquina... Não é que eu seja ingrata, quero dizer, é Paris. A Cidade Luz! A cidade mais romântica do mundo! Não sou imune a isso... É que isso só não parece muito comigo. (Anna Oliphant)
Oi, Michelle, gostei do seu comentário e achei que o livro pode ser bem divertido! Só fiquei encafifada com uma coisa - e a questão é, claro, da tradução ou do texto original: Étienne é um nome masculino, em francês (como o do personagem). Aí qu achei estranho que a igreja fosse "Santa" Etienne du Mont. Fui checar, e... pois é. É "Saint Étienne du Mont", ou seja, "santo" e não santa (que seria "sainte"). sim, não tem relevância, mas é o tipo de coisa que fica piscando na minha cabeça... um abraço!
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