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março 28, 2016

[Resenha] Por onde andam as pessoas interessantes?, por Regiane Medeiros





Um brinde ao que poderia ter sido, mas não foi


“But if you loved me
Why did you leave me
Take my body, take my body
All I want is and all I need is
To find somebody
I'll find somebody like you”

All I Want – In A Perfect World, Kodaline 
2013


Quando vi que a Rebeca havia lido o livro do Daniel Bovolento, Por onde andam as pessoas interessantes?, corri para tentar ler também a fim de conversarmos a respeito, já que sempre fazemos essa troca sobre nossas leituras.

Durante a leitura dos capítulos iniciais, foi impossível não fazer conexão com alguns relacionamentos que já tive.

Normalmente, os relacionamentos quando findam, passam por algumas fases específicas, como por exemplo, a do luto, quando só pensamos em tudo o que deu errado, e geralmente isso é que fica mais impresso em nossa memória. Mas também existe a fase colorida, quando só pensamos em tudo o que era bom e a saudade dá um tom mais dourado a todas essas lembranças.

Existem aqueles momentos em que avaliamos os motivos que levaram ao fim, como também examinamos os defeitos e as qualidades dos ex-parceiros.

No livro Por onde andam as pessoas interessantes?, tem um capítulo específico sobre amores imaginários, aqueles que não chegaram a se concretizar, que ficaram na zona do “E se...”. Lendo esse capítulo, comecei a pensar principalmente nas qualidades dos meus ex e por que teríamos dado tão certo se o nosso “se...” tivesse rolado.

Fazendo uma retrospectiva, posso dizer que o R1 teria sido um ótimo par, por sua inteligência e habilidade para a área de Exatas, que eu meio que invejava já que sou uma negação com números. O F era alguém com quem eu podia falar sobre tudo e sobre nada por horas, sem nunca me entediar, o que me desafiava a ampliar meus conhecimentos e busca por informações. O R2 (tenho uma certa tendência a me relacionar com homens cujos nomes se iniciam com a letra R) tinha um coração generoso que poderia aquecer o mundo inteiro, o que me levou a diminuir o tamanho da cerca elétrica que tenho ao meu redor e deixar as pessoas se aproximarem. Por último, o R3 (não disse hahaha) era alguém que se escondia atrás de uma máscara de rudeza, mas que, quando achava que ninguém estava observando, se transformava em alguém capaz das maiores gentilezas, fazendo com que eu questionasse os julgamentos que fazia ao primeiro olhar.

Todos eles contribuíram com suas qualidades, para que eu me tornasse alguém melhor, que busca o conhecimento para conhecer a si mesma e distribuir generosidade e gentileza, apesar do sarcasmo recorrente e uma faceta cínica diante da vida.

Claro que isso levou tempo, passei por muitas noites regadas a ressentimentos e canções bregas, até que o luto pelo fim da relação passasse e eu conseguisse racionalizar tudo o que havia acontecido, emergindo de toda aquela turvidez com a mente mais clara e objetiva diante da perspectiva de um novo relacionamento.

Ainda tenho dias ruins, é claro, onde ouço repetidamente Kodaline, como chocolate e me lamento por e-mail e no Twitter sobre a ausência de pessoas interessantes nas ruas. Mas, esses dias estão mais raros atualmente, sinal de que ou o cinismo está ampliando seu território, ou de fato estou ficando mais sensata com relação ao Amor. Afinal de contas, falar sobre Amor não é fácil, mas é a nossa missão.


8 comentários:

  1. É sempre bom saber que a ficção é provavelmente coisa mais próxima da realidade, especialmente em relação ao amor. Eu realmente ri quando você falou dos namorados da letra R. Muito bom. =D

    J.

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    1. Obrigada Jônatas!!! Essa é uma das particularidades que mais gosto em literatura, o fato dela poder falar de pessoas como nós, simples, complexos, controversos.
      Beijo, beijo!

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  2. Como diria o Police:

    With one breath, with one flow
    You will know
    Synchronicity


    Tão bom ver que em um só livro cabe a história de todo mundo :)

    E Jonatas, você também tem que ler as crônicas do Daniel! Fica o desafio :D

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    1. E que histórias não dariam nossas vidas amiga!
      Obrigada pelo espaço e oportunidade <3
      Beijo,beijo!

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  3. Adoreiiii suas impressões Gih, e quantos "r" hahhaha
    Quero ler <3

    um beijo,
    Paloma
    surewehaveablog.com.br

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    1. Juro que não é nenhum tipo de TOC, foi pura coincidência mesmo hahaha
      Beijo, beijo!

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  4. Que coisa boa esse lance de misturar as suas experiências com o livro, Regiane :) Adorei. Bom saber que o livro te fez pensar em bons aprendizados. No fim, todo ser humano faz a gente aprender alguma coisa :)
    Você e a Rebeca arrasam nas leituras. Eu sou a atrasada que recebe livros, mas não escreve sobre rsrsrs Que vergonha, meu Deus, que vergonha :P

    www.blogdahida.com

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    1. Pôe essa leitura em dia mulher e conta tudinho pra nós ;)
      <3
      Beijo, beijo!!!

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