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março 20, 2017

Cadu e Mari - A. C. Meyer | Galera Record


"Uma angústia toma conta do meu peito e fico pensando por que eu estava indo para casa se tudo o que queria era ficar com ela. Sim! Eu queria ficar colado nela o máximo que pudesse. Sentir seus beijos, seu corpo contra o meu, ouvir sua risada e vê-la adormecer novamente. Decidido, ligo o alerta e faço o retorno mais próximo, em direção à casa dela. Sorrindo, chego à conclusão de que essa foi a minha melhor ideia de todos os tempos!"

Cadu e Mari é o primeiro romance de A. C. Meyer ambientado no Rio de Janeiro, esta cidade de inúmeros contrastes, onde a poucos metros de distância é possível encontrar pessoas de universos muito distintos, e que fora das páginas de um romance talvez não imaginassem verdadeiramente se encontrar.

E pra falarmos desse amor de além-mar (ou melhor, para além do túnel que divide a cidade), é preciso dizer que Cadu e Mari são personagens que carregam em suas atitudes e personalidades um pouco da característica dos bairros em que habitam: por exemplo, é bem comum o hábito do esporte e da aparência-de-verão nos jovens de regiões litorâneas, assim como o costume de se divertir pelos diversos bairros que contornam o balneário; já para o habitante da zona norte (ou seja, aquele que precisa pegar um bom trânsito ou pelo menos metrô e ônibus para chegar até a praia), é bem maior o lazer e convívio em sua própria vizinhança, especialmente quando há essa proximidade de quarteirão entre famílias e melhores amigos - afinal, nada como uma conversa na praça, no portão de casa ou no barzinho da esquina. E como esse contraste entre a capital e o interior é uma característica comum à maioria de nossas cidades, este é um dos primeiros pontos que irão aproximar o leitor da história de Cadu e Mari, personagens cujo cotidiano e dramas são assim bem parecidos como os nossos, inclusive quando o amor resolve atravessar o caminho.

À primeira vista, se nos concentrarmos apenas na sinopse do livro, é bem provável que algum capítulo de novela venha à nossa mente (e não apenas pelo encanto da paisagem carioca, mas pelo conhecido enredo do "desejo proibido" vivido por seus personagens), e com ele as seguintes perguntas: é possível viver um romance legítimo em meio a diferenças sociais e estreitas relações de trabalho e poder? E como pode o amor sobreviver aos conflitos e ambições cotidianas, assim como às opiniões e preconceitos de nossos familiares e amigos? Cadu e Mari é com toda certeza uma história que fortalece o que há de bom do amor, porém, assim como em diversos momentos da série After Dark, A. C. Meyer nos traz de volta à crueldade das relações humanas, e a cada capítulo nos lembra o quanto somos vulneráveis, sujeitos às impressões do próximo, e sempre fugindo ao que o nosso próprio coração aos gritos tenta nos dizer.

Histórias como as de Cadu e Mari são também uma alegoria para as situações inesperadas de nossos dias, assim como para o inevitável de nosso destino; afinal, pode parecer óbvio, mas como viver um romance sem que este contamine todo o nosso cotidiano, atitudes e discurso? É impossível não ver a pessoa amada em tudo, e ser assim exagerado, todo declarações e desejo... Com este indefinido porém pulsante sentimento em mãos, facilmente nos encontraremos na voz de A. C. Meyer, cuja cumplicidade ressoará em todo aquele que em algum momento já se sentiu tumultuadamente apaixonado.

E por falar em 'tumulto', lá pelo meio da trama o leitor encontrará um episódio que poderá colocar em xeque toda a relação construída por Cadu e Mari; como uma espécie de 'choque de realidade', este incidente fará com que ambos os personagens sejam confrontados pela instabilidade de suas paixões, assim como por seus medos e dúvidas a respeito do que sentem enquanto casal.

Quem já conhece a autora pode ter a certeza de encontrar em Cadu e Mari a imagem de um par que irá a todo custo lutar por sua felicidade; aos novos leitores, permitam-se a experiência de acreditar que o melhor ainda está por vir, e que até mesmo nas situações mais impossíveis algo grandioso poderá acontecer. Eu sei que a gente cresce e deixa de entender a lógica do amor, e por vezes o amaldiçoa, e desaprende até a amar; histórias como as de A. C. Meyer nos encorajam então a perceber que não é preciso ter os olhos perfeitos para perder-se no olhar de alguém - afinal, enquanto houver cumplicidade, será possível enxergar além do horizonte, e quem sabe, em meio a um novo episódio de amor, finalmente nos encontrar.



Cadu e Mari

Uma história cheia de romance, humor, música e as paisagens arrebatadoras do Rio de Janeiro como cenário. Da autora da série After Dark.

Mariana trabalha em uma badalada revista de moda. Tem um bom salário, é muito competente... E tem uma queda pelo chefe, daquelas bem poderosas. Eles vivem em mundos completamente diferentes, e Mariana sabe que nunca acontecerá nada entre os dois. Até que Carlos Eduardo repara que sua secretária é muito, muito bonita. O amor entre os dois é arrebatador, e Cadu e Mari sentem que nasceram um para o outro. Mas as coisas logo começam a desandar. Talvez Cadu ainda não esteja preparado para confiar em uma pessoa que teve uma vida tão diferente da sua; talvez Mari ainda não se sinta segura em dividir sua realidade com o chefe. Para viver esse amor, os dois precisarão enfrentar preconceitos e vencer intrigas. Será que estão prontos?


2 comentários:

  1. Oie Rebeca, tudo bem?

    Eu sou muito fã da série After Dark, conheci a A.C.Meyer através dela e amei todos os livros! Ainda não tive a oportunidade de ler esse, tenho mais de 100 livros não lidos na estante, está difícil... Mas a premissa me agrada muito, a capa é maravilhosa, e adoro livros com cenários nacionais! ♥
    Sua resenha está divina!

    Com carinho,
    Ana | Blog Entre Páginas
    www.entrepaginas.com.br

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    Respostas
    1. Oi Ana! Também me surpreendo a cada nova história a A.C.Meyer <3 Há um misto de doçura e realidade na trama destes personagens que fazem com que a gente realmente se apegue à história e pense: é, isso poderia mesmo acontecer comigo (se é que já não aconteceu) rs.
      Espero que curta o livro! <3
      Bjs!
      Rebeca

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