“O silêncio da casa é feito dos barulhos de fora. Se tudo em volta se calasse, minha respiração seria ensurdecedora.”
Fevereiro é também tempo de celebrar a literautra brasileira! Primeiro, pela reedição de mais uma obra de Marina Colasanti (sempre um motivo para celebrarmos!), e também pelo resgate da obra de Torquato Neto, cuja poesia permanece um marco na história da música de nosso país. Outros títulos a conhecer: um ensaio sobre Gilberto Freyre, um novo título em prosa poética de Bartolomeu Campos de Queirós, e um lançamento dedicado a arte brasileira, sobre a vida e obra de Di Caribé.
Vamos às novidades:
Eu sozinha, obra inaugural de Marina Colasanti, é um livro de solidão. A solidão como companheira, desde o nascimento na África até o tempo presente num apartamento em Ipanema. Afasta-se da autobiografia porque não conta a história de uma vida, mas transmite a marca da solidão de uma mulher jovem que caminha só, mora só, viaja só, trabalha só, mesmo quando há ao lado a ilusão dolorosa de outras proximidades.
O livro é organizado em dois planos narrativas paralelos, sendo os capítulos pares relativos a momentos presentes, enquanto os ímpares são autobiográficos. “O que desejava, através dessa estrutura, era mostrar que a solidão se constrói desde o início, estejamos ou não acompanhados, e que desde o início nos acompanha.”, explica Marina.
O livro é organizado em dois planos narrativas paralelos, sendo os capítulos pares relativos a momentos presentes, enquanto os ímpares são autobiográficos. “O que desejava, através dessa estrutura, era mostrar que a solidão se constrói desde o início, estejamos ou não acompanhados, e que desde o início nos acompanha.”, explica Marina.
“Mémória não tem filtro e armazena tudo. Memória a gente não rasga, não
joga no lixo, não lava com sabão. Memória é sentinela e nos vigia sempre
[…]”
Um livro de Bartolomeu, artesão da palavra, é sempre uma surpresa. Sua prosa poética, tecida com ternura e profundidade, mergulha no âmago dos sentimentos humanos. Em Antes do depois, a narrativa acompanha o nascimento do narrador-personagem, desde a sua luta para sobreviver ao sair do ventre da mãe, até as lembranças de seu batizado.
Bartô conta como se pudesse observar de fora o cenário de sua infância, bem como os sentimentos da mãe, que se recolhia em seu próprio silêncio — “Seu maior descanso era visitar mundos invisíveis.”. Sempre muito cuidadoso e atento a figura materna, ele externa sensações por meio de metáforas sobre a memória, o fôlego e o silêncio.
A obra traz o texto de orelha de Ninfa Perreiras, escritora, psicanalista e professora de literatura, e capa de Rogério Coelho, ilustrador que coleciona diversos prêmios no Brasil e nos Estados Unidos.
Melhores Poemas Torquato Neto
Seleção: Cláudio Portella
Com seleção e prefácio de Cláudio Portella, essa antologia dos Melhores Poemas Torquato Neto, em formato pocket, é uma ótima oportunidade de embarcar nessa psicodelia que nasce do registro da manifestação. Toda e qualquer manifestação.
Torquato Neto foi poeta, jornalista e compositor. Atuou como agente cultural e defensor das manifestações artísticas de vanguarda, como a Tropicália, o cinema marginal e a poesia concreta. Diversos artistas gravaram suas composições. Entre eles, Elis Regina e Jair Rodrigues (Louvação), Gal Costa e Caetano Veloso (Nenhuma dor).
“Dividir o que é poesia e o que e letra de música da obra de Torquato Neto é trabalho possível, mas nada esclarecedor. Conforme José Miguel Wisnik, ele é o primeiro poeta a unificar a densidade entre a poesia escrita e a cantada. Assim sendo, todos os textos selecionados também são poemas.”escreve Cláudio Portella.
Seleção: Cláudio Portella
Com seleção e prefácio de Cláudio Portella, essa antologia dos Melhores Poemas Torquato Neto, em formato pocket, é uma ótima oportunidade de embarcar nessa psicodelia que nasce do registro da manifestação. Toda e qualquer manifestação.
Torquato Neto foi poeta, jornalista e compositor. Atuou como agente cultural e defensor das manifestações artísticas de vanguarda, como a Tropicália, o cinema marginal e a poesia concreta. Diversos artistas gravaram suas composições. Entre eles, Elis Regina e Jair Rodrigues (Louvação), Gal Costa e Caetano Veloso (Nenhuma dor).
“Dividir o que é poesia e o que e letra de música da obra de Torquato Neto é trabalho possível, mas nada esclarecedor. Conforme José Miguel Wisnik, ele é o primeiro poeta a unificar a densidade entre a poesia escrita e a cantada. Assim sendo, todos os textos selecionados também são poemas.”escreve Cláudio Portella.
Gilberto Freyre e o Estado Novo - Gustavo Mesquita
Gilberto Freyre e o Estado Novo: região, nação e modernidade é fruto de uma densa pesquisa cujo maior objetivo era entender o impacto do pensamento do sociólogo pernambucano, formado ao longo dos anos 1930 e 40, na construção da nação realizada pelo Estado Novo de Getúlio Vargas.
O livro analisa o negócio entre o sociólogo e o regime em torno da união das tradições regionais com a modernidade nacional. Durante a graduação em História, Gustavo leu as biografias Um vitoriano dos trópicos, de Maria Lúcia Pallares-Burke, e Gilberto Freyre: uma biografia cultural, dos uruguaios Enrique Larreta e Guillermo Giucci e captou uma das lições presentes em ambos os livros: o regionalismo nordestino ainda estava por ser entendido em suas relações com as mudanças urbano-industriais iniciadas em 1930.
O historiador decidiu, então, levar adiante essa empreitada no mestrado, lendo as obras de outros especialistas no tema e investigando muitos acervos documentais.
Trabalho vencedor da 6ª edição do Concurso Nacional de Ensaios/Prêmio Gilberto Freyre 2016-2017, Gilberto Freyre e o Estado Novo é uma reflexão vigorosa e inovadora que aborda com extrema propriedade o entrelaçamento existente entre memória, história e invenção da nação.
Gilberto Freyre e o Estado Novo: região, nação e modernidade é fruto de uma densa pesquisa cujo maior objetivo era entender o impacto do pensamento do sociólogo pernambucano, formado ao longo dos anos 1930 e 40, na construção da nação realizada pelo Estado Novo de Getúlio Vargas.
O livro analisa o negócio entre o sociólogo e o regime em torno da união das tradições regionais com a modernidade nacional. Durante a graduação em História, Gustavo leu as biografias Um vitoriano dos trópicos, de Maria Lúcia Pallares-Burke, e Gilberto Freyre: uma biografia cultural, dos uruguaios Enrique Larreta e Guillermo Giucci e captou uma das lições presentes em ambos os livros: o regionalismo nordestino ainda estava por ser entendido em suas relações com as mudanças urbano-industriais iniciadas em 1930.
O historiador decidiu, então, levar adiante essa empreitada no mestrado, lendo as obras de outros especialistas no tema e investigando muitos acervos documentais.
Trabalho vencedor da 6ª edição do Concurso Nacional de Ensaios/Prêmio Gilberto Freyre 2016-2017, Gilberto Freyre e o Estado Novo é uma reflexão vigorosa e inovadora que aborda com extrema propriedade o entrelaçamento existente entre memória, história e invenção da nação.
Contando a arte de Di Caribé - Oscar D'Ambrosio
A trajetória do artista plástico Di Caribé é marcada pela dedicação. Nascido na Bahia, migrou para São Paulo ainda criança, quando suas habilidades no desenho já começaram a chamar atenção. Mas foi apenas aos 54 anos de idade que ele retomaria com vigor a arte, adotando uma técnica em que foi mestre: a pintura com os dedos.
Dono de uma obra com grande amplitude temática, Di Caribé pintou, além de quadros com molduras tradicionais, chapas de eucatex, azulejos e outras superfícies. Conseguiu, com seus dedos, efeitos próximos aos da arte acadêmica, mostrando que o talento, unido à perseverança, abre numerosos caminhos.
A trajetória do artista plástico Di Caribé é marcada pela dedicação. Nascido na Bahia, migrou para São Paulo ainda criança, quando suas habilidades no desenho já começaram a chamar atenção. Mas foi apenas aos 54 anos de idade que ele retomaria com vigor a arte, adotando uma técnica em que foi mestre: a pintura com os dedos.
Dono de uma obra com grande amplitude temática, Di Caribé pintou, além de quadros com molduras tradicionais, chapas de eucatex, azulejos e outras superfícies. Conseguiu, com seus dedos, efeitos próximos aos da arte acadêmica, mostrando que o talento, unido à perseverança, abre numerosos caminhos.
Sobre a Global Editora:
Criada em 16 de outubro de 1973, a Global Editora se destaca no mercado
editorial por seu propósito de divulgar temas e autores nacionais que
valorizam a formação cultural do brasileiro.
Com mais de 4 décadas de atuação, diversificou sua atuação no mercado editorial e criou três respeitados selos, com publicações destinadas ao mais variado público leitor. Hoje, denominado Grupo Editorial Global, agrega a Global Editora, com obras dos mais renomados autores nacionais, a Gaudí Editorial, voltada às crianças em seus primeiros anos de vida, a Editora Gaia, que alimenta o leitor no sentido de viver em perfeita harmonia com ele mesmo e com o universo e a Nova Aguilar, que apresenta com um forte catálogo de obras completas dos mais célebres autores nacionais e internacionais.
Com mais de 4 décadas de atuação, diversificou sua atuação no mercado editorial e criou três respeitados selos, com publicações destinadas ao mais variado público leitor. Hoje, denominado Grupo Editorial Global, agrega a Global Editora, com obras dos mais renomados autores nacionais, a Gaudí Editorial, voltada às crianças em seus primeiros anos de vida, a Editora Gaia, que alimenta o leitor no sentido de viver em perfeita harmonia com ele mesmo e com o universo e a Nova Aguilar, que apresenta com um forte catálogo de obras completas dos mais célebres autores nacionais e internacionais.
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