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dezembro 16, 2016

Do Universo à Jabuticaba, de Rubem Alves - Editora Planeta de Livros | Por Regiane Medeiros

“O que meu coração deseja não é navegar para o futuro. O futuro é o desconhecido. E por mais que eu dê asas à minha imaginação, não consigo amar o que não conheço. Pode ser que ali se encontrem as coisas maravilhosas – mas, como eu nunca as tive, não posso amá-las. Não sinto saudades delas. A saudade é um buraco na alma que se abriu quando um pedaço nos foi arrancado. No buraco da saudade mora a memória daquilo que amamos, tivemos e perdemos: presença de uma ausência” – pg. 108.


Do Universo à Jabuticaba, Rubem Alves

Pedagogo, poeta, cronista, contador de histórias, ensaísta, teólogo, acadêmico e psicanalista. Todas essas facetas de Rubem Alves podem ser contempladas em Do Universo à Jabuticaba, publicado pela editora Planeta de Livros Brasil. Neste livro único e encantador, somos arrebatados para o mundo particular desse mineiro-quase-campinense.

Através de textos aparentemente aleatórios, podemos enxergar a maneira como Rubem encarava determinados assuntos, como vida, morte, alma, envelhecimento, música, literatura, Deus... Ao menos um pouco. Os textos de Rubem Alves têm a incrível capacidade de nos arrebatar, sem fazer uso de firulas ou uma linguagem muito formal. Ele brinca com as palavras mais simples, mais reais, fazendo com que role uma empatia quando lemos uma frase que seja sobre o assunto mais complexo, às vezes até sobre algo que nunca nos passou pela cabeça.

“Cada momento de alegria, cada instante efêmero de beleza, cada minuto de amor, são razões suficientes para uma vida inteira. A beleza de um único momento vale a pena de todos os sofrimentos” – pg. 17.

“Os sonhos são efêmeras visões das paisagens da alma, as paisagens que fazem a nossa pele do lado de dentro, o lado do coração” – pg. 34.

Sem prepotência, nem deboche, ele nos dá sua opinião sobre as grandes questões da vida, nesse que é um grande compêndio de seus textos, de sua forma de pensar. Acho difícil alguém ler Rubem Alves e continuar a ser a mesma pessoa de antes, ele é um desses raros que nos fazem questionar quem somos e para onde estamos indo, de uma maneira tão sutil, que quando percebemos estamos emocionados com a mais singela declaração dele. Uma leitura pra vida, com certeza!!!

“Duas são as maldições da velhice. Primeira: quando não se tem forças para fazer o que se deseja fazer, como subir quatro lances de escada sem perder o fôlego e outras proezas semelhantes. Segunda: quando não o deixam fazer aquilo que você pensa que pode fazer. Quando a boca é proibida de falar o que o coração sente, os falam sem palavras” – pg. 61.

“O tempo passa. As estações se sucedem. E depois do inverno a primavera volta.” – pg. 145.

Conheça também outros títulos de Rubem Alves publicados pela Editora Planeta:


Ah, aqui no blog já apresentamos o Se eu pudesse viver minha vida novamente! Vale conhecer :)

“Alegria é o que acontece com o corpo quando ele se encontra com aquilo que desejava. Coisa simples e efêmera... A felicidade é discreta, silenciosa e frágil, como a bolha de sabão. Vai-se muito rápido, mas sempre se pode assoprar outras” – pg. 224.

Um comentário:

  1. Menina, primeira coisa: que blog mais lindo! :D
    Fiquei encantada!

    Obrigada por visitar o meu (Algumas Observações) e por ter deixado aquele comentário fofo sobre o meu poema. ♥

    Sobre a sua resenha, o Rubem é mesmo fantástico! :D Já fiquei com vontade de ler esse! :D
    Se tiver um tempo, procure por um dele chamado "Ostra Feliz não faz pérolas", acho que você vai gostar muito!

    Beijos,

    Algumas Observações

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