
O segundo encontro, o dia seguinte, o recomeço: nestas duas histórias, Matthew Quick narra a sorte de personagens extraordinários: Pat Peoples e Batholomew Neil. E sendo extraordinário sinônimo para uma realidade muito própria, além do comum, podemos já prever que tanto O Lado Bom da Vida como A Sorte do Agora apresentam personagens sensíveis demais, e também por isso sofridos demais.
As histórias de Pat e Batholomew se aproximam por seu otimismo quase ingênuo frente às mais traumáticas experiências de vida, como o divórcio, a perda de um familiar, e o enfraquecimento do corpo e da mente. E tenho gostado muito de Matthew Quick justamente por posicionar sua escrita neste lugar da crença, onde personagens podem sim ser feitos de sonhos (há todo um plano para que a vida seja boa novamente, algum dia), devaneio (tanto o poético como - infelizmente uma realidade - o clínico) e também Fé (em Deus, na vida, e na bondade dos que habitam o nosso mundo). E só por este tanto de boa humanidade já deveríamos mais que recomendar as obras deste autor.
Sinceramente? Nossa geração está por demais inundada de histórias sem esperança e perspectiva, onde páginas e mais páginas e inúmeros personagens simplesmente doem e sucumbem a esta dor, como se já não nos bastasse o tanto de realidade de dor que encontramos "na vida aqui fora", no dia-a-dia das cidades e dos relacionamentos. Eu sinceramente fico feliz de encontrar um autor que traz para seus leitores a perspectiva de um dia melhor, e também essa alguma consciência de fé em meio a toda e qualquer adversidade.
Esperança, sabe?
Não que a arte seja ou deva ser "um escape" para o dia triste; talvez até seja, mas esta nem sempre será sua melhor ou primeira função. Mas talvez a arte possa ser uma grande oportunidade de alegria em um dia ruim, onde os corações parecem a cada dia embrutecer mais e mais.
Sinceramente? Nossa geração está por demais inundada de histórias sem esperança e perspectiva, onde páginas e mais páginas e inúmeros personagens simplesmente doem e sucumbem a esta dor, como se já não nos bastasse o tanto de realidade de dor que encontramos "na vida aqui fora", no dia-a-dia das cidades e dos relacionamentos. Eu sinceramente fico feliz de encontrar um autor que traz para seus leitores a perspectiva de um dia melhor, e também essa alguma consciência de fé em meio a toda e qualquer adversidade.
Esperança, sabe?
Não que a arte seja ou deva ser "um escape" para o dia triste; talvez até seja, mas esta nem sempre será sua melhor ou primeira função. Mas talvez a arte possa ser uma grande oportunidade de alegria em um dia ruim, onde os corações parecem a cada dia embrutecer mais e mais.
Pois, que aproveitaria ao homem ganhar todo o mundo e perder a sua alma?*

Em meio ao caos da vida diária, o que você consegue enxergar? Será que apesar de toda dor e trauma conseguimos (como os personagens Pat e Bartholomeu) perceber este algum cuidado que vem das pessoas que estão ao nosso redor, assim como também os pequenos e fortuitos encontros que a vida nos proporciona? Será que toda esta vulnerabilidade dos sentimentos não será justamente uma (ou talvez uma única) oportunidade de restaurarmos a nós mesmos?
Afinal, por quê não acreditar neste algum plano maior que escapa às nossas mãos justamente por não vir de nós mesmos? Que sejamos um pouco como os personagens de Matthew Quick, que apesar da alma turva conseguem em algum momento enxergar esta alguma luz que vem do abraço inesperado, do prato de cereais compartilhado, do canto dos pássaros a cada bom dia.
Ps: E continuaremos a falar deste autor por algum bom tempo, ainda mais por ter iniciado a leitura de Quase uma Rockstar. E já adianto: esse cara é gênio! Leiam leiam leiam <3
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Matthew Quick. O Lado Bom da Vida. RJ: Intrínseca, 2013
Leia um trecho
_____. A Sorte do Agora. RJ: Intrínseca, 2015.
Leia um trecho
* Bíblia, Livro de Marcos, capítulo 8, verso 36.
Oii Reb!!!
ResponderExcluirGostei da leitura que você fez sobre a narrativa do autor, embora eu não goste da narrativa dele. Sabe, tenho que dizer que não consegui concluir "O lado bom da vida" porque achei um porre! De verdade, não deu mesmo. Me esforcei, mas esse livro me levou a não querer ler nada desse autor.
Mas gostei da sua resenha dupla, intercalando e apontando a semelhança entre as duas histórias.
Bjux.
- Diego, Blog Vida & Letras
http://blogvidaeletras.blogspot.com
Oi Di!
ResponderExcluirVerdade, é preciso muita identificação com a história pra acompanhar autores como Matthew Quick; nem sempre estamos assim dispostos pra tantas páginas de choro e vidas desmoronadas, né rs. Mas sério, depois dessa interminável safra de livros tristes em 2015, acho que vou ter que ler Nicholas Sparks! Não, péra, também tem despedida demais nesse moço aí... Hm... É, acho que vou ter que me contentar com algum Floresta Encantada mesmo :D