navegar pelo menu
dezembro 30, 2016

Desejos de Ano Novo - Uma crônica de Gih Medeiros




Desejos de Ano Novo

“Desejo que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor pra recomeçar
Pra recomeçar”

Somos movidos a ciclos. Mais um aniversário, mais uma primavera, mais um ano que começa. E por mais que a gente tente controlar esse impulso de criar esperanças com a chegada do início de um novo ano, é difícil resistir ao apelo do calendário, que parece nos dar mais uma chance de fazer diferente, de tentar mais uma vez, de recomeçar, ainda que não saibamos exatamente como.

Considerando que 2016 está sendo um ano difícil (ainda não acabou amigos! Cuidado!), acho que estabelecer metas e buscar um novo começo é até saudável, talvez nos ajude a lidar com as perdas irreparáveis em nossas vidas, e com a tristeza que abate quem se sensibiliza com a crueldade do ser humano, que anda tão à flor da pele ultimamente, sendo demonstrada através de atos brutais contra aqueles que apenas tentam defender quem é alvo de violência e hostilidade, enquanto a indiferença dos que estão ao redor cega seus olhos e os impede de sentir qualquer tipo de incômodo diante de cenas que antes só víamos em filmes.

Como alguém que sente tudo tão intensamente, me sinto um pouco oprimida com o rumo que estamos tomando, pra dizer o mínimo. Então, resolvi que vou aderir à força do pensamento positivo e desejar com todo o meu ser somente coisas boas, para vocês e para mim.

“Eu te desejo não parar tão cedo
Pois toda idade tem prazer e medo
E com os que erram feio e bastante
Que você consiga ser tolerante”

Desejo que nós tenhamos bom ânimo diante dos percalços que nos aguardam em 2017 e que saibamos reter somente o que for bom de cada situação, por mais complicada que ela seja. E que saibamos ser pacientes com o próximo; ninguém tem a obrigação de atingir nossas expectativas, ainda que nós as criemos assim mesmo. Que a gente não se sinta decepcionado demais quando as pessoas não agirem conosco com a mesma consideração, com a qual nós agimos para com eles.

“Quando você ficar triste
Que seja por um dia, e não o ano inteiro
E que você descubra que rir é bom,
mas que rir de tudo é desespero”

Desejo que o equilíbrio tão almejado ao menos comece a dar as caras, já que não estamos ficando mais jovens (mesmo que a nossa genética seja maravilhosa e a nossa aparência nos favoreça), e que saibamos administrar melhor os nossos sentimentos. Podemos não escolher o que vamos sentir, mas é nossa obrigação ter controle sobre a forma como eles nos afetam e sobre nossas atitudes em relação a eles.

“Eu te desejo, muitos amigos
Mas que em um você possa confiar
E que tenha até inimigos
Pra você não deixar de duvidar”

Desejo que permaneçam em nossas vidas somente os verdadeiros, aqueles que estão conosco em todos os momentos, mesmo que distantes fisicamente. E que saibamos escolher melhor quem vai ter acesso ao nosso eu mais puro, aquela parte preciosa de nós mesmos que pertence somente a nós e que raros são os que merecem ter um vislumbre dela.

“Eu desejo que você ganhe dinheiro
Pois é preciso viver também
E que você diga a ele, pelo menos uma vez,
Quem é mesmo o dono de quem”

Desejo que os nossos sonhos, idealizados há tanto tempo, finalmente saiam das gavetas e ganhem o mundo. Não devemos temer o julgamento alheio se amamos o que criamos/realizamos. É preciso coragem para fazer as coisas acontecerem, para dar o primeiro passo. Que tal aproveitar a virada do ano e usar toda a energia de que somos alvos para fazer algo produtivo por nós mesmos?

“Desejo que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda, exista amor pra recomeçar
Pra recomeçar
Pra recomeçar”

(Amor pra recomeçar, 2002)

E o meu maior desejo é que a gente se transforme num canal que recebe e transmite amor: da família que nos abraça e acolhe quando o coração fica apertadinho e o mundo parece grande demais perto da gente; dos amigos verdadeiros que estão sempre dispostos a uma prosa de boteco, um devaneio sobre a vida ou para nos contar o que não conseguem a mais ninguém; daquela pessoa que acelera nosso coração com um simples sorriso, que faz as nossas borboletas internas colidirem umas com as outras com um olhar e que desperta todas as nossas terminações nervosas com sua voz.

Mas também desejo amor daqueles semi-conhecidos que encontramos no caminho para o trabalho e que sempre nos desejam um “bom dia” quando passamos por eles. Daqueles que estão do outro lado do mundo, e se lembram de orar pelo povo brasileiro, mesmo sem saber quase nada sobre nós. Dos desconhecidos que chegam e tem potencial para se tornarem parte da família, dos amigos, do coração. 

Que sejamos amor, mesmo quando acordar cedo é difícil e sorrir pro mundo antes das 9 da manhã parece missão impossível. Que sejamos amor, quando os amigos perdem a medida de seus temperamentos durante uma discussão sobre política, filosofia ou futebol. Que sejamos amor quando o mundo parece que vai desabar sobre nossos ombros, ainda que não sejamos nem de longe tão fortes quanto Atlas. Que sejamos amor quando alguém estiver passando por apuros em nossa frente, e que esse amor nos mova a fazer o que é certo. Que sejamos amor quando alguém nos pedir colo. Que sejamos amor, a partir de agora, com tudo o que somos.


Feliz 2017! Feliz Ano Novo!


Um comentário:

  1. oiii! que 2017 seja suave, com muito amor, paz e tranquilidade!
    vi teu blog no insta!
    beijos
    http://adeliadanielablog.blogspot.com.br/2016/12/cascavel.html#comment-form

    ResponderExcluir

Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial